Neste artigo, proponho-me apresentar e discutir algumas dificuldades recorrentes enfrentadas pelos intérpretes de Libras-Português na esfera jurídica. Este trabalho caracteriza-se por uma abordagem qualitativa e de cunho descritivo. Como instrumento, aplicou-se um questionário (on-line) para intérpretes de Libras-Português de diferentes regiões brasileiras nos meses de julho a agosto do ano de 2014. Os resultados obtidos apontaram que: (i) as formas de encaminhamento dos intérpretes de Libras-Português até o Judiciário são diversificadas, sendo muitas delas entrelaçadas pelas relações de amizade; (ii) há um desconhecimento do papel do intérprete de Libras-Português na esfera jurídica, dificultando a atuação deste profissional e, por fim, (iii) dificuldades com a terminologia específica da área jurídica. Diante dessas dificuldades, resgato contribuições teóricas de Russel (2002) que considera vários elementos relevantes para o desempenho dos intérpretes que atuam nesse meio. A partir desses resultados, compreende-se melhor o contexto de atuação dos intérpretes de Libras-Português na esfera jurídica. Além disso, corrobora-se a urgente necessidade de desenhos curriculares de formação específica por áreas para intérpretes de Libras-Português, dado que o escopo de atuação desse profissional é cada vez mais amplo.