5 Dicas para superar a tela em branco!

5 Dicas para superar a tela em branco!

Quem nunca passou por longos momentos olhando para a tela em branco do editor de texto com o cursor piscando? Pode ser uma situação muito intimidadora! Comportamentos comuns no momento de escrever incluem a relutância, a distração, a procrastinação, o medo da crítica, o perfeccionismo… Tudo isso fazendo aumentar a ansiedade em frente à tela em branco. Hoje vamos dar algumas dicas para superar essa ansiedade, começar a escrever e desenvolver a disciplina necessária para continuar escrevendo.

1- Comece pela parte do projeto/artigo que você acha mais fácil!

Platão já dizia “O começo é a metade do todo.” Só de começar, mesmo que seja pelo título, os autores e os subtítulos das sessões do artigo, já dá até um ânimo a mais! Daí é só começar pela parte que para você é a mais fácil. A maioria gosta de começar pelos Métodos, já que é algo que não vai mudar muito do início ao fim do processo. A partir daí, o “bloqueio do escritor” pode ir ficando para trás… Você pode se sentir mais estimulado a continuar. Pelo menos a tela já não está mais em branco!

2- Estabeleça metas diárias! (objetivos pequenos e concretos)

Começar é um passo importante! Mas tão importante quanto começar é continuar. A disciplina é essencial. Estabelecer metas pode te ajudar no desenvolvimento da escrita. Cuidado para que sejam objetivos concretos e pequenos, para que sejam um estímulo e não uma nova frustração. As metas podem ser tanto em horas dedicadas à escrita quanto em resultado (parágrafos ou seções escritas ou revisadas).

3- Busque um ambiente sem distrações!

As distrações estão em todo lugar: na TV cheia de plataformas de streaming, no celular com as redes sociais e a Internet, na geladeira do home office que te chama a todo momento. Escrever pode ser uma tarefa difícil e seu cérebro vai tentar te convencer a fazer mil coisas antes de começar de fato. Sabendo disso, busque um ambiente sem distrações. Coloque o celular longe, deixe a água ali pertinho e talvez algo para comer, feche as 550 abas do seu browser (ou desligue o wi-fi do computador se não precisar fazer nenhuma pesquisa enquanto escreve). Tudo para se concentrar melhor! Você pode usar um timer para criar blocos de trabalho alternados com curtos intervalos, assim pode ir ao banheiro, ver algumas notificações e logo retornar para a escrita.

4- Baixe suas expectativas… não espere um manuscrito perfeito e completo na primeira sentada!

O medo da crítica e o perfeccionismo podem te levar a simplesmente não começar a escrever e ainda aumentar muito a ansiedade no momento da escrita. Tente baixar as suas expectativas quando começar a escrever. O primeiro rascunho não sairá perfeito e isso é perfeitamente normal! Muuuuitas revisões ainda serão feitas. Lembre-se que muitas vezes o feito é melhor do que o perfeito, e essa frase se aplica perfeitamente ao primeiro rascunho de um manuscrito.

5- Compreenda os seus hábitos de escritor

Cientistas passam uma quantidade enorme de tempo escrevendo. Não temos essa noção no início da carreira, e poucos prestam atenção ao processo da escrita. Você consegue acelerar muito esse aprendizado se prestar uma atenção consciente ao seu próprio processo de escrita. Cada um tem o seu! Como você escreve? Qual o seu processo? Você prefere escrever na primeira hora do dia ou à noite? Prefere escrever em casa ou no laboratório? No silêncio absoluto ou com alguma música de fundo? Prefere fazer muitas anotações antes para depois começar a escrever ou vai escrevendo à medida que lê a bibliografia? Não existe método perfeito. Você deve encontrar o seu, e conhecê-lo pode te ajudar bastante a estabelecer bons hábitos de escrita.

Autora: Mariana Freitas Nery – pesquisadora e professora da UNICAMP. Tem graduação em Biologia pela UFSCar, mestrado em Biologia Animal pela UFRRJ, doutorado em Ecologia e Evolução pela UACh (Universidad Austral de Chile). Em 2016, fez o Academic Writing Teacher Training Course pela University of Bath, na Inglaterra, e atualmente ministra o curso Escrita de Artigos Científicos pela Extecamp UNICAMP.

Foto por Ashley West Edwards no Unsplash

9 dicas de como fazer anotações na pós-graduação

9 dicas de como fazer anotações na pós-graduação

Nesse post falaremos sobre anotações que são muito comuns durante a pós-graduação, quando lemos diversos materiais como artigos ou livros, as chamadas referências bibliográficas. Quem nunca passou horas procurando a fonte de alguma informação, ou escreveu um projeto ou relatório e depois de um tempo precisou daquela informação novamente e teve dificuldade em encontrar suas anotações? Ou, pior, seu orientador pede para você adicionar uma referência em um parágrafo e você não faz ideia de onde tirou aquela informação. As anotações na pós-graduação têm uma importância enorme, tanto para nos ajudar a aprender sobre nossa área de pesquisa como para construir nosso próprio conhecimento, que depois será publicado em forma de dissertações, teses ou artigos.

Reunimos aqui 9 dicas para ajudar a fazer anotações mais úteis e que têm potencial para acompanhar você por mais tempo durante a sua vida acadêmica.

1. Elimine distrações

Quando estiver lendo ou processando algum material, tente minimizar distrações. Coloque o celular em modo avião, feche abas desnecessárias e evite ao máximo trocar de tarefas. Concentre-se na leitura para maximizar a qualidade das anotações.

2. Não se limite a destacar texto

Destacar o texto, seja em papel ou num arquivo digital, pode ser uma etapa da anotação, mas ela nunca pode terminar aí. Um texto destacado não é uma anotação e mais tarde, quando você precisar dessa informação, terá que confiar na memória para encontrá-la, o que quase sempre acaba nos deixando na mão.

3. Organize suas notas por tópicos

Organizar por tópicos pode ajudar a processar as anotações no momento de escrever, por exemplo. Anotações organizadas por datas ou autores costumam ser bem mais complexas. Claro que, se o tema do seu trabalho for contrastar a opinião de diferentes autores, será uma exceção a essa regra.

4. Anote as suas ideias

Sempre, sempre, sempre anote o que passa pela sua cabeça durante a leitura do material fonte (livro, artigo, etc.). Use suas próprias palavras, tente ir além das ideias do autor, faça conexões com outras fontes. Só assim você conseguirá ser original e chegar às suas próprias ideias.

5. Use um sistema robusto

O seu sistema de anotações, seja físico ou virtual, tem que ser robusto, ou seja, tem que funcionar sob condições variadas. Você tem que ter fácil acesso às suas anotações se precisar buscar temas dentro de um corpo de notas. Além disso, seria ideal criar cópias de segurança. Nesse ponto as anotações eletrônicas levam vantagem.

6. Seja preciso na origem do material

É fundamental saber exatamente a fonte de uma informação quando for usá-la. Programas de gerenciamento de referências, como o Zotero, são imprescindíveis para a sobrevivência na pós-graduação. Aqui você encontra um comparativo entre diversos programas. Gaste alguns minutinhos e aprenda a usar um. Certamente valerá a pena.

7. Separe as suas ideias das ideias de outros

Sugeri que anote suas próprias ideias enquanto lê, mas crie um sistema para que suas ideias nunca se misturem com as de outros autores. Você pode mantê-las em arquivos separados, ou em partes separadas dentro do mesmo arquivo. Todo cuidado é pouco nesse ponto.

8. Traga detalhes importantes

Em geral as anotações devem ser curtas, caso contrário acabam perdendo a utilidade. Entretanto, dependendo da finalidade da informação, pode acabar requerendo alguns detalhes. Por exemplo, informações mais técnicas, condições em que o estudo foi realizado, tudo isso pode acabar sendo necessário.

9. Faça anotações sobre a escrita

Lembre-se que terá que escrever sua tese, dissertação ou artigo. Portanto, se encontrar um material bem escrito, tome nota! Olhe de perto a estrutura usada pelo autor, como ele organiza as ideias. Mantenha uma nota separada só para isso. Certamente ela será muito útil.

Lembre-se: o pensamento crítico, habilidade fundamental a desenvolver na pós-graduação, começa com uma leitura crítica. Esse processo deve ser ativo. Fazer anotações de maneira sistemática e consciente leva a um crescente de anotações durante a sua carreira. Portanto, desenvolver um sistema que funcione é vital para a pós-graduação e para a sua vida profissional.

Em um próximo post discutiremos algumas ferramentas que podemos usar para fazer e armazenar anotações. Até lá.

Autor: Marcelo Bispo de Jesus – pesquisador e professor da UNICAMP. Tem graduação em Biologia e mestrado e doutorado em Biologia Molecular e Funcional pela UNICAMP, além de um PhD pela Universidade de Groningen, na Holanda. Em 2016, fez o Academic Writing Teacher Training Course pela University of Bath, na Inglaterra, e atualmente ministra o curso Escrita de Artigos Científicos pela Extecamp UNICAMP.

Imagem: Kelly Sikkema – Unsplash

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